Busca por corpos perfeitos, robôs cada vez mais sofisticados, inteligência artificial, Reborn.
Mas o que tem a ver Reborn (renovado/renascido) com os outros elementos citados? No meu entender, a relação está na essência da criação de tudo isso: busca por evolução/renovação, perpassada pelo desejo de vida eterna saudável e feliz.
Para isso, desejamos exterminar rapidamente fragilidades físicas e mentais humanas que barram a nossa evolução e principiam a nossa morte. Logo, intentamos a estética perfeita, porque isso nos remete a saúde e nos afasta da estética dos seres primitivos dos quais descendemos; criamos inteligências artificiais para o alcance de recursos que possibilitem cura para as doenças existentes e um ambiente ameno livre de doenças para a sobrevivência humana; seres robóticos para que nos garantam uma vida confortável e saudável; e construímos estruturas de convívio social, mais especificamente, familiares, que nos possibilitam boa saúde mental e física e, portanto, melhor qualidade de vida, assim passamos a considerar animais como membros das famílias – embora, ironicamente, comemos alguns tipos de animais – e bebês Reborn como parte dessa formação familiar também.
Observe: bebês Reborn são esteticamente lindos o que leva ao nosso cérebro entender como seres símbolos de saúde e de estética humana esplendorosa. Então, que impressão incrível de ser mãe-pai de seres esteticamente perfeitos em vista dos parâmetros de perfeição que se deseja hoje em dia, que, diga-se de passagem, se afastam das feições dos primatas dos quais descendemos.
Perceba: bebês Reborn não são acometidos por doenças e não morrem, símbolos de vida vigorosa, não causam aos seres humanos preocupação ou tristeza – que perspectiva de vida humana futura maravilhosa.
Entenda: bebês Reborn sempre estarão onde os seus proprietários desejarem, geralmente perto dos seus donos e em segurança, diferente da relação insegura entre pais e filhos reais. Insegurança causa preocupação, o que não é interessante para a mente de um ser que deseja muita vida e em plenitude.
Acredito que em pouco tempo teremos bebê Reborn com inteligência artificial, teste que TALVEZ já tenha sido realizado – veja a simpática caixinha de som Alexa. Imagine um bebê robô esteticamente perfeito com mega inteligência e com existência eterna. Isso não seria o reflexo de uma necessidade de evolução das capacidades humanas? Sim, Reborn ainda não virou robô, mas o percurso leva a este lugar.
É, percebo que a minha reflexão sobre isso se esgotou. Mas, bem, o fator fragilidade humana importa, pois é este que se quer eliminar, porém a questão me parece mais profunda, ou seja, a razão deste encantamento pelos bebês Reborn consiste na busca do ser humano por evolução/renovação.
Grandes engenheiros são fascinados por criação de robôs e isso, sem dúvidas, se deve a um desejo de evolução da espécie humana. Logo, de forma não muito diferente, pessoas comuns, motivadas pelo mesmo desejo, criam e/ou levam para dentro de seus lares seres que são a representação da renovação humana, seres de vida eterna e saudável, ou seja, bebês Reborn.
Doença, não. Intuitivamente desejo de convivência e apego a seres eternamente presentes, disponíveis e saudáveis, assim como subjetivamente os engenheiros amam suas criações robóticas e inteligências artificiais já que lhes remetem à ideia de promoção de renascimento da vida em formato perfeito para o alcance da vida eterna, saudável e feliz, acho que já falei isso … será que repeti por distração ou de forma proposital?
Pronto, minha mente está aliviada. Oh, mente tagarela!

